Masturbação em pauta
- Carla Rezende
- 27 de nov. de 2020
- 2 min de leitura
A masturbação feminina é um tema polêmico e que precisa ser olhado de forma ampla. Sobre ele pesam os olhares preconceituosos e um julgamento social baseado no machismo, que busca justificativas para ‘demonizar’ o prazer feminino sem a participação masculina.
Ao longo de dois podcast Gabi, Vit, Jaque e eu debatemos dois temas importantes para entendermos o porquê o ‘auto prazer’ sexual da mulher é visto de forma tão negativa.
No primeiro episódio, notamos que um dos pilares da violência de gênero é a visão da mulher enquanto propriedade, e aos ‘bens’ não são dados direitos, quanto mais prazer.
Na prostituição, a mercadoria é o próprio corpo da mulher, logo é um ‘objeto’ para dar prazer e não sentir. Um orgasmo, por exemplo, é considerado uma ‘falha’ profissional.
Logo, o prazer sexual feminino, buscado pelas próprias mãos e apenas com a intenção de gerar um orgasmo, é quase por si só um ato revolucionário. E muitas vezes recriminado.
Mas como já havia dito no início do texto, o assunto é polêmico e por aqui não temos a intenção de soar ofensivas. Então, vamos lá entender o que é a masturbação.

O dicionário de Oxford traz a seguinte definição para o termo: “estimulação manual dos órgãos genitais que leva ao orgasmo”. E a mulher, pasmem, tem um órgão no corpo exclusivo para o prazer.
Esse órgão chama-se clitóris e pode ter até doze centímetros de comprimento e seis de extensão. Através de sua estimulação interna ou externa a mulher chega ao orgasmo.
A sexóloga Cátia Damasceno autora do livro “Bem resolvida” afirma que a masturbação feminina é um caminho para o autoconhecimento: “Não há nada de errado em se tocar, se conhecer”.
Cátia ressalta que é preciso entender a região íntima como uma parte comum do nosso corpo, “A região íntima é apenas uma parte do nosso corpo”. Damasceno ainda destaca que tocar a vagina deveria ser tão normal quanto pegar no braço.
A sexóloga também comenta que a desconstrução da masturbação como algo pecaminoso precisa ocorrer, já que o “clitóris serve única e exclusivamente para o prazer sexual”.
Por último, Cátia Damasceno defende que ao conhecer o que a faz sentir prazer, a mulher descobre maiores possibilidades de uma vida sexual satisfatória com seu parceiro.
Apesar dos julgamentos até certo ponto baseados em achismos e desconhecimento sobre o tema, a masturbação pode fazer a mulher entender mais sobre o que a faz sentir prazer. Saindo do papel de que apenas dá prazer, para sentir.
Ouça aqui o episódio do podcast correspondente a este texto:
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