A letra T da sigla da Comunidade LGBTQI+ e os desafios da população Trans no Brasil
- Gabriela Amorin
- 11 de dez. de 2020
- 2 min de leitura
Acredito que assim como eu, mulher cis e heterossexual, que também tenta entender um pouco mais sobre a comunidade LGBTQI+, as suas lutas e ser ativa em uma longa caminhada de justiça social, algumas pessoas às vezes tem um receio de perguntar acerca das diferenças muitas vezes desconhecidas sobre as questões de gênero, mas acredito que o grande diferencial é sair da sua zona de ignorância para buscar informações e sustentar seus argumentos.

Antes de começarmos a discutir sobre o assunto, vamos entender as diferenças nos termos da letra T. De forma bem sucinta, podemos explicar da seguinte forma: O transgênero pode estar ou não dentro do contexto do binarismo de homem ou mulher, servindo como um termo que abrange todas as identidades que não se identificam com a cisgeneridade.
Dentro do transgênero, existem dois conceitos diferentes: travesti e transexual. Travesti consiste em uma identidade de gênero feminina, ao qual mesmo que a travesti use roupas ou faça uso de hormônios femininos, não existe um desconforto com a sua genitália ou uma necessidade em fazer uma cirurgia de redesignação sexual. O transexual, por outro lado, está dentro do contexto que passa pela transição social, faz tratamentos hormonais e busca a cirurgia com o intuito de estar mais próximo da sua identidade de gênero.
Outro ponto importante é que a identidade de gênero não tem a ver com orientação sexual. Esse tema é um pouco longo, então podemos escrever sobre isso mais futuramente.
Voltando ao tema, segundo a ONU, através do Índice de Estigma em relação às pessoas vivendo com HIV/AIDS, a população transexual e travesti é a que mais sofre com estigmas e discriminação no Brasil, sendo que 90,3% já viveu uma situação de discriminação por conta da sua identidade de gênero.
Discriminações e transfobia podem se apresentar como violência física, moral ou psicológica e ainda estimula a população trans o enfrentamento de uma série de dificuldades no acesso à educação, saúde ou mercado de trabalho, aumentando, assim, a vulnerabilidade social.
A temática é de urgência e necessita de pautas e políticas públicas que reforcem a falta de atenção que essa população tem vivenciado no nosso país. Perante a criticidade do contexto, existem razões para acreditar em possíveis mudanças, começando com a falta de informações no discurso conservador e nos debates que rolam por aí.
Dessa forma, encerrando o texto, gostaria de fazer uma referência a uma das músicas mais importantes que tratam sobre o tema e rompem o silêncio da sociedade para escutar as pessoas da comunidade LGBTQI+. Muitos artistas brasileiros já têm se pronunciado sobre, porém o hino Born this Way, de Lady Gaga foi um dos pioneiros e espero que te inspire a debater mais sobre o assunto. Afinal: o seu debate pode combater a ignorância e salvar mais vidas do que você imagina.
Ouça aqui o episódio do podcast correspondente a esse artigo:
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